As referências citadas acima indicam a existência de processos de aprendizado. No entanto, apesar de sua aparente relevância, esses tipos de processos ainda precisam de mais e melhores estudos. Se observarmos as principais fontes utilizadas para o gerenciamento de projetos perceberemos uma carência ainda maior.
O PM-BoK, um dos principais mapas utilizados por coordenadores de projeto, foi concebido para apoiar o planejamento, execução e controle de um projeto. Apesar da abrangência das 9 disciplinas que documenta, o PM-BoK fala muito pouco sobre “processos de aprendizado”. Fixa apenas que na etapa de fechamento de um projeto devemos documentar as “Lições Aprendidas” e as “Ações Corretivas”.
Esses documentos deveriam ser recuperados nos empreendimentos futuros para
que as novas equipes tirem proveito do conhecimento adquirido anteriormente e, principalmente, para que não cometam os mesmos erros.
Entendendo que a responsabilidade pela implementação e administração de processos de aprendizado não pode ser atribuída a um coordenador de projetos, pelo menos não de forma exclusiva, é compreensível a omissão do PM-BoK.
Processos de aprendizado interprojetos deveriam ser cuidados por um PMO ou estrutura equivalente. Porém, um dos principais livros que tratam da montagem e gestão de escritórios de projetos, “Project Office: A Key to Managing Projects Effectively”, de J. Davidson Frame e Tom Block, também ignora a importância dos processos de aprendizado ao fixar que os 5 principais tipos de atividades a serem atribuídos a um PMO são4:
● Prover suporte administrativo aos projetos;
● Oferecer serviços de consultoria e mentoring para os projetos;
● Desenvolver e manter padrões e métodos para gestão de projetos;
● Treinar coordenadores de projetos; e
● Suprir a organização com gestores de projetos.
As atividades de consultoria, mentoring e treinamento listadas acima visam a capacitação dos coordenadores de projetos. Não podem ser confundidas com o aprendizado interprojetos tratado aqui.
O RUP prevê o debate sobre lições aprendidas e ações corretivas no fechamento de cada iteração, ou seja, esse debate ocorre diversas vezes em um mesmo projeto.
Alguns especialistas no processo chegam a colocar que um projeto deve ser visto como um “laboratório vivo de aprendizado”5. Mas, a exemplo do PM-BoK, o RUP não trata da relação entre projetos que ocorrem simultaneamente
Categorias:Gerência de Projetos, Treinamento
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